01/09/2014 – Professores do Sesi já começaram a ser consultados sobre a disponibilidade de aulas para 2015. Isso pode ser um problema, pois são poucos aqueles que têm condições de se comprometer com tanta antecedência, especialmente quando a escola propõe ou sugere mudança de carga horária.
“Propor” é um verbo bem aplicado, porque o Sesi não pode alterar a carga unilateralmente. Toda mudança, seja qual for o motivo, depende da concordância do professor, por escrito. Se ele não aceitar, a escola terá duas opções: manter a carga horária ou não ficar com o professor, demitindo sem justa causa no final do ano. O que não pode é impor uma carga horária e jogar toda a responsabilidade nas costas do docente, exigindo que ele tome uma decisão de imediato ou arque com as consequências.
O mesmo princípio também se aplica à disponibilidade de dias de trabalho. Se um professor leciona às 2as e 4as e a escola quiser mudar o seu dia de trabalho, terá que ter a concordância do docente. É claro que o inverso também é verdadeiro: quando a iniciativa de mudar a carga horária ou o dia de trabalho partir do professor, ele precisará contar com a aceitação da escola. Caso contrário, terá que manter o número de aulas (ou horário) ou pedir demissão.
Professor em tempo integral
A ansiedade provocada nessa época do ano entre os professores ocorre por culpa do Sesi, por dois motivos. O primeiro é o fechamento de classes. O segundo é a sua visão equivocada de “escola integral”. O Sesi nunca escondeu que quer os professores o tempo todo na escola e, de preferência, com dedicação exclusiva. O problema é que nessa versão tupiniquim, o professor tem que assumir o maior número de aulas possível, permanecendo quase todo o tempo com alunos e sem tempo para preparação, avaliação e correção. Todo mundo sabe que as tardes de 4ª feira não dão tempo pra nada, a não ser ouvir novas exigências do coordenador.
A situação se agrava ainda mais quando o Sesi sugere a um mesmo professor assumir mais de uma disciplina, caso ele tenha habilitação. Aí a sobrecarga aumenta ainda mais, pois ele tem que preparar aulas pra diversos anos e diferentes disciplinas.
O resultado disso é um menor número de professores e uma enorme sobrecarga para aqueles que ficarem.
Muita calma nessa hora
Mas remanejar tantos professores não é uma operação tão simples. É preciso garantir docentes para todas as classes, em todas as disciplinas e com horário compatível entre eles. Por esse motivo, a sondagem das aulas é feita com tanta antecedência. Por outro lado, esse tempo também pode jogar a favor do corpo docente. É preciso usá-lo para discussão e busca de soluções, se houver divergência de interesse entre professor e escola.
Em primeiro lugar, você não está obrigado a assinar nada que lhe possa ser prejudicial. Afinal, se o momento é só de sondagem, ninguém tem que assinar documento algum! Com calma, explique por que não concorda com a atribuição que lhe está sendo proposta e sugira alternativas. Se quiser, diga que você precisa de um tempo pra pensar. E se tiver certeza de que não quer mudar a carga horária, nem o seu dia de trabalho, escreva uma carta dizendo que deseja manter para 2015 a mesma disponibilidade de 2014.
E é muito importante que os professores conversem entre si abertamente. Juntos, podem compartilhar ideias e sugerir propostas que possam acomodar os seus interesses e também os da escola. Talvez aí o Sesi entenda que diálogo é mais eficiente do que pressão.
Fonte: FEPESP